PSD
Iniciou um novo ciclo que será marcado pela saída de Alberto João Jardim a meio do mandato, invocando, provavelmente, motivos de saúde. Miguel Albuquerque posiciona-se como favorito para suceder ao grande líder - a decisão, dizem, está na mão de Jaime Ramos. Um coitado qualquer terá que ficar para pagar a dívida.
CDS-PP
Um excelente resultado alicerçado numa campanha de credibilidade, a tónica foi sempre a da "transição pacífica". Conquistou eleitorado e posicionou-se como segunda força política no arquipélago. Resultado que pode potenciar o partido como parceiro futuro de coligação com o PSD-M pós-Jardim, mas que afasta o CDS de poder vir a ser a alternativa ao regime.
PS
Um descalabro completo. O PS com Jacinto Serrão na sua liderança valia mais votos, esta foi a prova evidente. No Rato, o discurso continua a ser: o que fazer com a Madeira?
PTP
José Manuel Coelho conquistou o seu espaço, elegeu-se, elegeu o seu número dois e ainda arranjou emprego para filha (terceira na lista). Este resultado, prova duas coisas: na Madeira há quem queira, cada vez mais, correr com Alberto João Jardim; a segunda "coisa", é que deviam proibir o consumo de álcool (e opiáceos) no arquipélago, no próprio dia e nos dias que precedem os actos eleitorais.
A pergunta que fica é: será que algum dia conseguirão transpor estes resultados para o continente?
CDU
Manteve algum do eleitorado, perdeu um deputado - mas os camaradas, concerteza, que continuam a achar que foi uma grande vitória. Nas próximas eleições, provávelmente não elegem nenhum deputado.
PND
Mudou o registo e embora tenha existido o episódio dos barricados no Jornal da Madeira, teve uma campanha mais soft do que é costume. O cabeça de lista era credível (Hélder Spínola, ex-presidente da Quercus), o que os fez perder eleitorado para o PTP. É cada vez mais um partido insular, tal como o PDA.
PAN
Um partido com que não concordo na maneira de pensar e agir, no entanto, mostra uma estrutra de marketing interessante e demonstra ter vários eleitores disponíveis para engrossarem a sua presença eleitoral. Surpreenderam nas legislativas e voltaram a surpreender nas regionais. Não estranho se daqui a uns anos vir o Paulo Borges na Assembleia da República.
MPT
Num cenário em que entram mais dois partidos para a ALRM (PAN e PTP), consegue manter o seu deputado e o grosso do seu eleitorado. Fez uma campanha séria e credível. É o rosto de uma oposição firme mas responsável e coerente com as suas atitudes.
BE
Fruto do desgaste a nível nacional, pela primeira vez, mesmo desde as candidaturas da UDP no arquipélago, não consegue eleger nenhum deputado. O PTP e o PAN absorveram o eleitorado bloquista - a Madeira é apenas o primeiro indício do princípio do fim do BE, brevemente resumido a dois outros três deputados na Assembleia da República e representativo apenas de algumas franjas marginais da sociedade.