Acho que falhei um Grammy qualquer
Deve ter sido nos Latino/Greco/Irish Grammy's....
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Deve ter sido nos Latino/Greco/Irish Grammy's....
Hollande, essa grande esperança do socialismo, entende que a Grécia deve "provar a credibilidade" dos seus compromissos internacionais pois, segundo Hollande, "vive-se um momento em que é preciso assumir compromissos" e que a "Europa tem de ter consciência que já tudo foi feito" em prol da Grécia. Nem Sarkozy teria dito melhor...
editado por Pedro Correia a 26/8/12 às 00:26
editado por Pedro Correia a 24/6/12 às 00:08
Espero que o Alexandre Poço prossiga a sua oportuna série sobre os melhores golos deste Campeonato da Europa. Até porque golos não têm faltado: foram marcados 60 na fase de grupos, 17 dos quais de cabeça (28% do total).
A média é razoável: 2,5 golos por jogo. E alguns têm sido extraordinários. Como este, do sueco Ibrahimovic, talvez o mais sério candidato ao melhor do torneio. Também gostei muito dos golos de Fernando Torres e David Silva contra a Irlanda. E do segundo do nosso Cristiano Ronaldo contra a Holanda. E - devo reconhecer - igualmente dos que nos foram marcados pelo alemão Mario Gómez e pelo holandês Rafael van der Vaart.
Um dos melhores surgiu hoje, num encontro rodeado de muita expectativa: o Alemanha-Grécia, disputado em Gdansk (Polónia). Entre assobios dos adeptos gregos cada vez que os jogadores comandados por Joachim Löw tocavam na bola e o entusiasmo da chanceler Angela Merkel, que fez questão de estar presente, ao lado do presidente da UEFA, Michel Platini, quase tão germanófilo em matéria futebolística como ela. Os gregos, treinados por Fernando Santos, adoptaram a táctica do ferrolho, tentando cortar todas as vias do acesso alemão à sua grande área. Era uma estratégia condenada ao fracasso, como se antevia desde o minuto inicial. Faltava apenas saber em que circunstância exacta os alemães atingiriam com sucesso as redes gregas.
Aconteceu, iam decorridos 39 minutos, com um disparo do capitão germânico, Philipp Lahm. Um defesa, com apenas 1,70m de altura, mas dotado de tenacidade suficiente para quebrar a muralha helénica, mais frágil do que parecia.
Ao intervalo, 1-0: resultado lisonjeiro para a selecção grega, de qualidade muito inferior ao do conjunto alemão, onde pontificam vedetas de nível mundial como Özil e Schweinsteiger (este hoje muito perdulário nos passes). E aos 54', contra a corrente, a Grécia empatou num rápido contra-ataque na ala direita conduzido por Salpingidis, que fez um passe milimétrico para o golo de Samaras.
A euforia grega durou sete minutos exactos. Até ao fantástico disparo de Khedira, que recebeu a bola e a rematou com artes de matador sem a deixar cair no chão. Outro golo desde já candidato ao melhor do Euro 2012.
Angela Merkel, muito focada pelas câmaras polacas, teve ocasião de dar saltos de júbilo em duas outras ocasiões, quando Miroslav Klose e Marco Reus ampliaram a vantagem. Salpingidis, no penúltimo minuto do encontro, ainda reduziu, de penálti. Mas era já tarde para o resgate grego. Os dados estavam lançados.
Muito se tem falado numa Europa a duas velocidades. Isso também sucede no futebol, espelho da vida. Como o jogo de hoje confirmou.
Alemanha, 4 - Grécia, 2
Apesar dos resultados das eleições terem indiciado alguma estabilidade para a Grécia, parece que a indefinição continua. Com o Syriza metido no meio, a possibilidade de um governo de unidade nacional é praticamente impossível, pelo que se repete a situação verificada aquando do primeiro acto eleitoral.
Na minha opinião só há um caminho: chamar Fernando Santos para chefiar o governo. Ele é o único que neste momento gera consenso na Grécia e ao que parece foi elevado à categoria de Deus.
editado por Pedro Correia às 20:12
editado por Pedro Correia a 12/7/12 às 01:24
Todos os que apostavam no caos, no fim do euro, no fim da Europa, os que já preconizavam a reformulação da democracia, foram derrotados... pela democracia.
O tempo das Cassandras que, aqui em Portugal, foi um massacre contínuo de meses e meses à custa das agendas simpatizantes que os partidos não democráticos têm nas redacções da nossa imprensa, esboroou-se. Tudo o que escreveram caiu por terra.
Não temos de aturar mais as sinopses esquerdistas do jornal "delas" (segundo uma feliz definição do nosso mais estimado embaixador), as "viagens" de Clara Ferreira Alves que, armada em jornalista, fez a incensão apologética do Syriza com a irrelevância histérica que a define, nem as profecias de "professores" que colocam as suas obsessões ideológicas à frente da honestidade intelectual (claro que agora vamos ter para aí duas semanas de programas televisivos com os mesmos do costume a tentarem "ler" o contrário da realidade que têm em frente dos olhos, mas, o que é que querem, alguns dos principais proprietários da comunicação social portuguesa esquecem que o compromisso essencial das suas políticas editoriais deveria ser com a democracia).
O PC sai derrotado na sua estratégia de provocar um crescendo de agitação social que culminaria numa moção para derrubar o governo, o BE perde a única esperança de reanimação existencial que o Syriza lhe poderia dar. Os dois juntos nunca passarão dos 15%. Nem agora que atingimos o momento mais depressivo da austeridade em que fomos colocados pelo anterior governo.
A Grécia vai acomodar-se numa renegociação que lhe facilite o cumprimento do acordo com a União Europeia, Portugal está bem colocado para começar a recuperar a sua economia com estabilidade financeira e coesão social.
Ambos vão "ganhar" o euro.
Como ontem fizeram, no outro Euro.
editado por Pedro Correia às 22:18
Os gregos falaram. Da única forma aceitável em democracia: através do voto. Na hora da decisão crucial, prevaleceu a resposta à pergunta que ontem aqui resumi desta forma: "Votar para quê? Para produzir novo impasse destinado a tornar ainda mais profundo o atoleiro ou procurar que o voto se torne parte da solução e não parte do problema?"
Após as legislativas de 6 de Maio, as forças políticas gregas, confundindo cálculo partidário com interesse nacional, foram incapazes de formar um governo de coligação. Julgo que agora não sucederá assim. Por um motivo muito simples: a Grécia precisa de 2 mil milhões de dólares para evitar a bancarrota, que tem já data marcada: 20 de Julho.
Não há nada como o inevitável para inspirar os políticos. A Grécia europeísta é hoje mais frágil do que ontem, mas continua europeísta. Também neste aspecto os gregos foram claros: esta eleição funcionou como referendo ao euro num país que tem registado por estes dias uma corrida dramática aos depósitos bancários.
Permanecer no euro é um direito da Grécia, que precisa como nunca da solidariedade europeia. Ora não há direitos sem deveres. O primeiro dever dos gregos é saberem ajudar-se a si próprios. O povo já cumpriu a sua parte. Falta agora os políticos cumprirem a sua.
Publicado também aqui
A vitória da Nova Democracia na Grécia foi a vitória da construção europeia e do projecto europeu. São momentos como este que nos fazem acreditar na democracia e no imperativo da razão dos cidadãos que, em alturas como esta, sempre prevalece. Hoje, a razão imperou na Grécia. Os gregos ganharam mas a Europa também.
editado por Pedro Correia às 01:37
Eu também acho que há razões de esperança: I) O Syryza ganha e faz o que faria a Nova Democracia com mais retórica e demagogia, e o Euro continua de vitória em vitória até à derrota final; II) O Syriza ganha e faz o que diz que vai fazer e - a) a Alemanha banca para ficar sem o dinheiro, prolongando a vida do Euro até à chegada dos coronéis ou - b) não banca e os coronéis chegam mais cedo; III) A Nova Democracia ganha e fazem favor de ver I); IV - Nada disto (só para ter a certeza de acertar).