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Forte Apache

O recuo voluntariamente coagido

José Meireles Graça, 14.06.13

Não contesto o direito à greve: por razões históricas (foi um direito duramente conquistado lá onde foi conquistado - entre nós veio com a quartelada do 25 de Abril, dado que, tirando alguns episódios a que a historiografia de esquerda atribui a importância que não tiveram, o povo era sereno); por razões práticas - o preço de negar com repressão o exercício do direito é maior do que reconhecê-lo; e porque permite ajudar a resolver situações de abuso, que existem quando a vara esteja na mão do vilão, como muitas vezes está.

 

E portanto acho muito bem que os sindicatos dos professores decidam fazer greve - são lá coisas deles, e dos agitadores profissionais a la Mário Nogueira ou Pasionaria Avoila, e dos partidos de que são os braços para o mundo do trabalho.

 

E que os professores adiram, porque compram o discurso do PCP, ou do BE, ou do PS, que por este então está esquerdista mêmo mêmo, ou por oportunismo, ou por ingenuidade - também acho bem.

 

O que não acho bem é o diálogo. Porque o tempo do diálogo não é o tempo da greve - ela representa precisamente a falência dele.

 

E como desta vez há miúdos cuja serenidade e interesses fazem parte da equação; e como, quaisquer que sejam as ideias que tenhamos sobre o que sejam esses interesses futuros, não se admite que se os ofendam desde já; e como a luta não é entre interesses profissionais legítimos e autoritarismos patronais abusivos, mas entre o modo de ver as coisas que os derrotados nas eleições têm e a que têm os que as ganharam:

 

Apreciaria que a Crato não doessem as mãos. E que, no diálogo que toda a gente recomenda para todas as situações, usasse apenas uma frase:

 

A comunidade, que representamos, agradece o vosso recuo.

Terrorismo económico?

André Miguel, 10.10.12

Com o país ligado às máquinas da troika, com a liderança obcecada com o saque fiscal contínuo, como remédio capaz de matar mais que a doença, em que o único sinal de vida da economia vão sendo as exportações, eis que surge uma greve nos portos nacionais, precisamente na altura do ano em que este sector apresentaria maior actividade.

Mais grave se torna depois de sabermos que as exportações nacionais aumentaram 13,7% em Agosto.

Além dos óbvios prejuízos para toda a nossa economia junta-se a enorme perda de credibilidade do país nos mercados externos pela incapacidade das nossas empresas honrarem os compromissos assumidos para com os seus clientes. Se esta situação não é terrorismo económico não sei como a poderemos classificar.

E ainda se fala por aí numa tal de economia do mar, seja lá o que isso for...

Não há respeito...

jfd, 04.10.12

Email recebido da CP há minutos:

 

Avisos CP
Perturbações na Circulação - 7 a 31 de outubro de 2012

A CP informa que, por motivo de greve convocada por diversas Organizações Sindicais, se prevê que possam ocorrer entre 7 e 31 de outubro algumas perturbações e supressões nos serviços Urbanos de Lisboa, Urbanos do Porto, Urbanos de Coimbra, Regional e InterRegional. 

Não se preveem perturbações nos serviços Alfa Pendular, Intercidades e Internacional.

Não serão disponibilizados transportes alternativos.

Para mais informações, por favor consulte: Call Center (808 208 208), Gabinetes de Apoio ao Cliente e Bilheteiras CP.

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Estamos à sua disposição para qualquer esclarecimento ou sugestão através do e-mail ou do Call Center: 808 208 208.
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