Conheci o Manuel Monteiro em 1985 quando entrei para o CDS, tendo pouco depois participado numa lista que disputou e perdeu a liderança da Juventude Centrista que ele como recandidato merecidamente venceu.
Apesar de ter estado, portanto, de outro lado, convidou-me logo de seguida para a Comissão de Relações Internacionais e para a Comissão de Revisão do Programa da organização de juventude do partido, o que aceitei.
A partir daí e já lá vai um quarto de século, tornámo-nos amigos, fomos "compagnons de route" e foi com muita honra que integrei a Direcção Nacional do partido desde que o liderou entre 1992 e 1998.
Na altura em que assumiu a Presidência do CDS, Manuel Monteiro tinha 29 anos e não era licenciado em Direito, como fez questão de realçar no seu discurso inicial com que se apresentou aos congressistas.
De lá para cá obteve assinaláveis sucessos políticos, cometeu erros, foi eventualmente um peixe fora de água...
Mas teve sempre da política a noção do serviço público, circunstância que hoje tanto parece esquecida por muitos dos seus protagonistas.
É uma pena que esteja afastado e que a sua contribuição para que o país possa ser melhor para todos esteja confinada à intervenção cívica, sem dúvida importante, mas escasso para as suas qualidades.
Contudo, a realidade é o que é e não o que gostaríamos que fosse.
A tese de doutoramento que recentemente apresentou e a qual foi aprovada por unanimidade do júri, com 18 valores e com louvor e distinção, é também a prova da sua grandeza e da sua humildade, ele que foi deputado à Assembleia da República e ao Parlamento Europeu e esteve durante muitos anos na ribalta pública.