José Afonso era um defensor da revolução armada, da ditadura do proletariado e dos princípios perigosamente lunáticos da esquerda mais radical, glorificando a acção política violenta em várias das suas canções, nas quais propunha, por exemplo, "atirar aos fascistas de rajada". Empenhou-se no PREC ao ponto de se afastar da vida musical e andou envolvido nas demenciais campanhas de "dinamização cultural" do MFA. Cantou no RALIS na noite do 11 de Março, defendeu as arbitrariedades e ilegalidades da Reforma Agrária, esteve com os pára-quedistas de Tancos no 25 de Novembro, apoiou Otelo Saraiva de Carvalho e os presos terroristas do PRP. Só para recordar, agora que se assinalam os 25 da sua morte e muita gente vai associar a palavra "liberdade" ao nome de José Afonso.