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Forte Apache

Não quero incendiar o Forte

João Gomes de Almeida, 01.02.12

Mas chamo à atenção para este manifesto, publicado hoje no i (com uma chamada de capa um bocado exagerada) e assinado por mim, pelo Gonçalo Ribeiro Telles, o Abel Silva Mota, a Aline Gallasch-Hall, a Ana Firmo Ferreira, o António Pinto Coelho, o Filipe Ribeiro Menezes, o Ivan Roque Duarte, o Luís Coimbra, a Maria João Quintans, o Miguel Esteves Cardoso, o Nuno Miguel Guedes, o Paulo Tavares Cadete, o Pedro Ayres de Magalhães, o Pedro Ferreira da Costa, o Pedro Policarpo, o Pedro Quartin Graça e o Ricardo Gomes da Silva. 18 patriotas, no total.

Para evitar discussões, guerras e outras.....

Francisco Castelo Branco, 26.01.12

O Ministro da Economia vai propor o fim dos feriados do 5 de Outubro e do 1 de Dezembro.

Com isto, todos ficam satisfeitos e ninguém chateado.

Os monárquicos não ficam com o ego em cima e os republicanos deixam de ser egoístas.

Quem fica a ganhar é a Igreja que mantém os seus feriados e assim garante casa cheia nas igrejas.

Fé não. Pragmatismo monárquico.

João Gomes de Almeida, 24.01.12

 

Os portugueses têm um estranho vício de olhar para a monarquia como uma utopia, ou se preferirmos uma fé. Não a rejeitam com frontalidade, mas desconfiam sempre de que não é viável. Por isso digo, no nosso país não há verdadeiros republicanos, tirando aqueles que foram presidentes da república, o próprio presidente e alguns políticos que ainda o ambicionam ser. Ser ou não republicano não é sequer um tema sério - principalmente quando analisamos os 100 anos de herança deste regime em Portugal, quem é capaz dos defender?

 

Podem dizer-me que há vários historiadores que sempre que o tema se levanta correm de imediato às televisões a desenrolar uma série de feitos da república, nomeadamente no ensino, nos direitos das mulheres, na separação da igreja do estado e por aí adiante. Será que estes feitos são realmente da república? Ou será que são feitos de um povo e da força da modernidade? Também não aconteceram noutros países monárquicos? Parece-me que sim.

 

Mas voltemos ao tema. Ser monárquico hoje em dia não é nada fácil. Somos herdeiros de um passado histórico de vários bravos resistentes anti-república que em muitos casos se aprisionaram (e muitas vezes apregoaram) a um estereótipo do monárquico que ainda hoje permanece na cabeça da maioria dos portugueses. Para a maioria do povo, somos todos aristocratas ou com pretensões a tal, betinhos, católicos radicais, antiquados, estudámos em colégios e temos como grandes hobbys a tourada e o hipismo.  A verdade é que ser monárquico já não é nada disso e a única coisa que nos une enquanto monárquicos é apenas uma: achar que a chefia de estado devia estar entregue a um rei. De resto, somos todos diferentes. Muito, acreditem.

 

Ser monárquico no século XXI mais não é do que uma questão de pragmatismo, puro e duro. Trata-se de fazer um simples exercício de análise política e constatar que a chefia de estado deveria funcionar como uma força moderadora do regime e da sociedade, ou como o próprio presidente da república o chamou: "um provedor do povo". Fazendo esta análise e recordando a nossa história recente, verificamos facilmente que a chefia de estado republicana por e simplesmente não cumpre essa função. E porquê? É simples, porque nenhum presidente pode ser verdadeiramente independente quando dependeu não só de votos, mas também de apoios, financeiros e políticos, para chegar ao seu cargo - esses apoios, ou se preferirmos favores, mais cedo ou mais tarde são pagos e é aí que a independência do cargo se esvai no jogo político.

 

O Rei, pelo contrário, ao nascer Rei, tem sobre ele a responsabilidade, a educação e a independência necessária para poder ouvir verdadeiramente o povo do seu país e funcionar como um verdadeiro árbitro do sistema político democrático, sem depender de nada nem de ninguém - apenas do povo, que tem sempre o ónus do poder destituir, como já fez na história de vários países. Isto é pragmatismo político e não uma utopia. Prova disso mesmo é que funciona, principalmente nas mais antigas democracias europeias, muito mais estáveis politicamente do que a maioria das repúblicas. 

 

Há ainda aqueles que em desespero de causa afirmam que Portugal não tem um verdadeiro Rei. Novamente estão enganados. Os monárquicos portugueses há muito que se uniram na figura do legítimo e único pretendente ao trono português, D. Duarte de Bragança. Homem de reconhecida seriedade e de grande apego ao seu país, que como todos os seus pares (o povo português) estudou, serviu no exército, opôs-se ao fascismo e foi para a guerra. Português reconhecido pela sociedade por ter abraçado várias causas, como por exemplo a de Timor e por ser uma pessoa ponderada nas suas opiniões e ainda mais nas suas acções. Um grande português, que conhece Portugal e o mundo lusófono, que está pronto a servir o seu país e que há muito é reconhecido pelo próprio estado republicano como o legítimo pretende ao nosso trono.

 

Como ficou provado, a monarquia é um tema pragmático e actual, que nada tem de utópico. Utopia é pensarmos que se ficar tudo na mesma o nosso Portugal consegue voltar a ser um grande país.

Infanta Dona Adelaide.

João Gomes de Almeida, 24.01.12

 

Hoje durante a tarde tomei conhecimento de que Aníbal Cavaco Silva decidiu finalmente atribuir uma Ordem de Mérito à Infanta Dona Adelaide - que muito a merece. Nas palavras de Cavaco: "A Infanta Dona Adelaide, cujo aniversário centenário se celebra no próximo dia 31 é merecedora da nossa humilde e insignificante gratidão. Será, talvez, a mais importante portuguesa viva". No entanto, estranha-me que numa das poucas alturas da nossa história recente em que os monárquicos em uníssono erguem a voz - contra o fim do feriado do 1º de Dezembro e também contra as palavras do presidente eleito este fim-de-semana - a república decida avançar com esta condecoração. Talvez o tempo de acção não tenha sido o melhor, talvez tenha sido estudado antecipadamente, ou talvez seja simplesmente estranho. 

A nossa AD e as declarações do presidente Cavaco.

João Gomes de Almeida, 23.01.12

 

Nunca como hoje fez tanta falta o PPM do antigamente nesta AD. Sei que esta frase pode criar agitação nas hostes de todos aqueles que como eu defendem e sempre defenderam este governo - que na minha modesta opinião tem feito o que consegue e muitas vezes o que não consegue, para endireitar o nosso país e cumprir à risca o acordo estabelecido com os nosso credores.

 

Digo isto depois de mastigar, ao longo do fim-de-semana, as declarações do Professor Cavaco Silva. Resumindo: as palermices ditas pelo próprio e largamente citadas em todo o lado, explicam em grande parte o porquê de eu ser monárquico.

 

Nunca um chefe de estado, no estado a que chegou o nosso país e perante a calamidade social que muitos portugueses enfrentam, pode proferir tais declarações. É inaceitável que o originalmente modesto Cavaco de Boliqueime, na posição que ocupa, possa usar do seu exemplo - bem remunerado ao longo da vida e com imensos privilégios legítimos dos cargos que ocupou - para dizer que está a sentir a crise e que não sabe como irá arcar com as suas despesas.

 

Um rei nunca diria isto, porque o vínculo que o une ao seu povo é muito maior e na maioria das vezes mais ténue, obrigando-o a ser verdadeiramente um porta-voz dos eleitores que nunca o elegeram, mas que têm sempre o ónus do poderem mandar dar uma volta quando lhes apetecer.

 

Voltando ao primeiro parágrafo. A esta AD fazem visívelmente falta homens de boa vontade, que ponham em causa o regime republicano, que cem anos depois de instaurado nada fez pela melhoria da nossa qualidade de vida e que nada augura de bom para os próximos cem anos do nosso Portugal. O momento deve ser de profunda reflexão em torno do nosso país e do seu futuro, "pelo que não devem existir assuntos tabu" (cito Manuel Alegre nas comemorações do centenário da república).

 

Nos momentos que correm, houvesse um PPM no governo - como o de Ribeiro Telles, Augusto Ferreira do Amaral, Barrilaro Ruas, João Camossa, Rolão Preto e Luís Coimbra - e a próxima revisão constitucional certamente atribuíria ao povo português a possibilidade de pela primeira vez referendar o seu regime. Parar, pensar, votar e decidir, sobre o futuro da sua nação - em decréscimo, desde há mais de um século.

 

Perante o estado de sítio a que chegámos e perante o descrédito das instituições, sei que o povo português irá reagir. Só espero que a classe política portuguesa tenha a coragem de discutir abertamente o regime. As mudanças mais simbólicas, na maioria das vezes, são aquelas que mais fazem por uma nação.

Homenagem a Gonçalo Ribeiro Telles e o porquê de não sermos uma monarquia.

João Gomes de Almeida, 05.12.11



O Gonçalo Ribeiro Telles é o homem que conheço com maior capacidade de luta pelos seus ideais e de coerência no discurso político. Foi o primeiro dos ecologistas em Portugal e é o primeiro entre os ecologistas em Portugal. Professor na verdadeira acepção da palavra e um servidor público de primeira linha. Irreverente, combativo e lutador, desde o primeiro dia, contra a destruição da identidade e património natural e cultural de Portugal.

Realista e democrata, fundou e presidiu ao Partido Popular Monárquico, a única instituição monárquica que na história da república portuguesa lhe fez verdadeiramente frente - juntamente com nomes enormes da nossa história recente, como Henrique Barrilaro Ruas, Augusto Ferreira do Amaral, João Camossa e Luís Filipe Coimbra. No PPM foi deputado pela Aliança Democrática, onde também foi Ministro da Qualidade de Vida.

Lisboeta e apaixonado por Lisboa, nessas duas qualidades, fundou o Movimento Alfacinha em 1984, tendo sido candidato à presidência da Câmara Municipal e eleito vereador. Tempos mais tarde fundou também o MPT - Partido da Terra, do qual é presidente honorário desde 2007, por obra e reposição da verdade do Pedro Quartin Graça.

Actualmente, é a consciência crítica e lucida da praxis política portuguesa e dirigente do Instituto da Democracia Portuguesa.

Um dia, num jantar em casa de um amigo em comum, disse-me: "João, sabes porque é que nunca restauramos a monarquia em Portugal?", encolhi os ombros e perguntei: "porquê Arquitecto?". Ele riu-se e do alto dos seus oitenta e muitos anos respondeu: "quando estava no PPM nunca tive tempo de tomar um café com cada português". Dou-lhe inteira razão.

Esta homenagem é mais do que merecida, mas mesmo assim, nunca Portugal conseguirá dar ao Gonçalo aquilo que ele já deu a Portugal. Deixo-vos ficar o programa.



 ENTRADA LIVRE

 

6 DE DEZEMBRO DE 2011
FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN • AUDITÓRIO 2


09h30 Abertura

Guilherme d’Oliveira Martins, Presidente do Centro Nacional de Cultura
Emílio Rui Vilar, Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian

 

10h00 O HOMEM
António Barreto, Eduardo Lourenço, Guilherme d’Oliveira Martins

 

11h35 O POLÍTICO
Augusto Ferreira do Amaral, Luís Coimbra, Diogo Freitas do Amaral

 

14h30 O PROFESSOR
Carlos Braumann, Aurora Carapinha, Ário Lobo de Azevedo

 

15h50 O VISIONÁRIO
Manuela Raposo Magalhães, Nuno Portas, Margarida Cancela d’Abreu, Viriato Soromenho Marques

 

17h10 Depoimentos

Duque de Bragança, Miguel Sousa Tavares, Pedro Roseta, Maria Calado, Alberto Vaz da Silva

 

18h00 Encerramento
Mário Soares, Gonçalo Ribeiro Telles

 

 

Bye Bye 5 de Outubro

João Gomes de Almeida, 16.11.11

 

O governo avançou com o fim do feriado da Implantação da República, data pouco importante para a história de Portugal (devia ser comemorado era o 5 de Outubro de 1143). Este governo, com vários monárquicos no seu seio e na maioria parlamentar que o suporta, deu um passo bastante importante para que a constituição seja mudada e a forma republicana de regime possa ser referendada pelos portugueses. Não nos esqueçamos que a república nos foi imposta pela lei das armas e pelo homicídio do rei e do príncipe herdeiro.

O Público pergunta e eu respondo.

João Gomes de Almeida, 14.11.11

Que feriados é que abdicaria? Por mim o 5 de Outubro era já de caras, o de Carnaval e da Imaculada Conceição também.

 

Já agora, que vamos rever isto tudo, não dá para colocar um feriado no 25 de Novembro? Poderia chamar-se uma coisa do género: "Dia da Liberdade - parte II" ou "Dia da Liberdade - O embate final", ou "Dia da Liberdade - Versão menos Fake", ou ainda "Dia da Liberdade - Por pouco éramos tipo Cuba".