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Forte Apache

Sentido de responsabilidade

Fernando Moreira de Sá, 06.07.13

 

Muitos dos meus amigos que militam no CDS-PP, volta e meia, ficam zangados com os meus escritos. Dizem que sou sempre mais duro a criticar o CDS que os partidos de esquerda. Não concordo. Embora respeite. Porém, hoje, não posso deixar de sublinhar o sentido de responsabilidade que a grande maioria dos militantes e dirigentes do CDS-PP demonstrou nos últimos dias.

 

Por aquilo que se sabe e se lê nas entrelinhas, foram eles que conseguiram obrigar Paulo Portas a recuar. Provaram que, afinal, existe CDS para lá das ambições pessoais de um líder que se julga escolhido pela divina providência. Foram eles que evitaram o abismo, que colocaram o interesse nacional acima do interesse pessoal. Este é o CDS-PP que respeito. E fico orgulhoso por ter visto muitos desses meus amigos na primeira linha do combate a este momento de insanidade política.

 

Que grande lição para Portas. Provavelmente, a maior lição da sua vida política. 

O casamento vitoriano

José Meireles Graça, 04.07.13

A história que se está fazendo conta-se aqui, com fundamentos sólidos nos factos que são do domínio público.

 

Enquanto Portas não falar, ou não verterem mais informações, é o que há a dizer.

 

Numa alegria histérica estão os comunistas e os primos; os socialistas, muitos, veem tachos e negócios no horizonte e, alguns, os mais lúcidos, franzem os sobrolhos de ansiedade e preocupação porque não é altura - as castanhas ainda estão ao lume, diabo de governo incompetente que não deixou as coisas prontas para o business as usual; até mesmo no CDS a oposição interna arreganha os dentes, Portas sempre foi um eucalipto e há muita planta que gostaria de crescer para o Sol.

 

Já a laranjada, essa, está num irritantezinho alvoroço, a boa obra pretérita do guru Gaspar num bolso, o superior interesse nacional no outro, a incompreensão pelos estados de alma daquele partidozeco a que deram boleia para o Governo nos bestuntos, e a incontinência verbal nas entrevistas e nos textos.

 

Convém lembrar: A saída do número dois não comoveu a bolsa, ou os mercados, ou a tróica. E o próprio fez pública uma carta em que reconhece a parte má do seu trabalho, num exercício de lucidez que nem sempre o assistiu enquanto governante. Já a saída do número três fez chover raios e coriscos. E isto devia fazer parar para pensar: ser sócio-gerente de uma empresa, ainda que com quota minoritária, não é a mesma coisa que ser um funcionário - Passos que aprenda esta lição de Direito Comercial.

 

Depois, do que seja o interesse nacional há tantas opiniões quantos os partidos, mais outras muitas que andam para aí avulsas. Mas, a menos que se seja comunista, ignorante, ingénuo, socialista, ou intelectual, é difícil negar que as eleições, agora, sob a sombra da tróica, mergulhariam o País numa horrenda barafunda.

 

meu interesse nacional é que se entendam. E que, não podendo amar-se, e mesmo que vivam em quartos separados, guardem entre si e mostrem a terceiros aquele mínimo de respeito que garantia a sobrevivência de muito casamento vitoriano.

2 de Julho de 2013

jfd, 02.07.13

Este dia ficará para a história. Pela loucura de comentadores, jornalistas e políticos. Pelo povo de boca aberta.

Amanhã continuaremos com a troika, com a necessidade de recuperação económica e financeira e a vital reforma do Estado.

De todos os atores de hoje destaco a hombridade, lealdade e seriedade para com Portugal e a sua missão como chefe do Governo de Pedro Passos Coelho. Conta comigo, eu acredito.

 

Pela negativa, e com muito asco, lamento o jornalismo e o ruído de fundo que temos neste Portugal.

 

Portugal está primeiro!

Espero que se tenha lembrado disso hoje.

Keep calm - está tudo fodido

José Meireles Graça, 07.12.12

Na cadeira do dentista, hoje, enquanto o moço se desculpava de cada vez que tinha que fazer alguma coisa nova - mudar de broca ("esta é capaz de lhe fazer alguma impressão"), soprar um ar frio, ajeitar o aspirador numa nova posição - e lembrava, pela quinta vez, "se lhe doer alguma coisa faça-me sinal", a cabeça vagueava por encomendas, prazos, reclamações, bancos, o comunista simpático (uma contradição nos termos) que ontem foi à Quadratura. E encalhou nisto, que lera ao começar o dia.

 

O País está doente, e a doença parece crescentemente crónica - alguém tem que fazer alguma coisa.

 

Depois, dei comigo a pensar que há mais humanidade na moderna cadeira do dentista que em todos os sistemas filosóficos ou políticos passados e presentes. E como a chuva se foi, está por estes lados um dia esplendoroso e parece que há caldo verde ao almoço, confio-vos esta prosa animada porque amanhã é Sábado.