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Forte Apache

Passar das palavras aos actos

Pedro Correia, 03.08.13

Aqui está uma forma saudável de fazer política: discorda-se frontalmente da decisão adoptada pelo partido, rejeita-se a candidatura lançada pelo partido e em consequência abandona-se o partido. Com todas as consequências daí inerentes. Para apoiar sem reservas uma candidatura alternativa e até integrar essa lista que se apresenta contra a do partido.

Atitudes claras, acima de tudo. Para estarem de acordo com as palavras. Ao contrário do que diz Rui Rio, "isto" em que vivemos é uma democracia. Porque em democracia há sempre alternativa. Só em ditadura é que não.

Agora compete aos eleitores julgar. Porque num sistema democrático, por mais notória que seja a qualidade das elites, só o povo é soberano.

Cada vez mais longe desta forma de fazer política

Pedro Correia, 01.08.13

 

Tanto barulho para nada. Rui Rio arrisca-se a decepcionar uma vez mais aqueles que insistem em chamá-lo ao salão. Numa entrevista concedida em horário nobre à televisão pública, o ainda presidente da câmara do Porto voltou a aflorar o perigoso discurso antipartidos (como se não fosse membro de um, tendo sido aliás seu vice-presidente) com expressões de profundo nojo pela vida política (como se não desempenhasse há mais de duas décadas funções políticas).

Expressões como esta: "Sinto-me cada vez mais longe desta forma de fazer política." E esta: "Isto em que nós vivemos já nem sei bem se é uma democracia."

Palavras dignas de qualquer dos habituais intervenientes da Opinião Pública da SIC Notícias.

 

Seria de esperar algo um pouco mais profundo do ex-vice-presidente da JSD, ex-secretário-geral do PSD, ex-vice-presidente do grupo parlamentar do PSD e ex-vice-presidente dos laranjinhas, que à beira de concluir 12 anos de mandato na Avenida dos Aliados fala como se não tivesse partido e recomenda - não recomendando - uma via alternativa. "Há um movimento do topo da sociedade portuense para a existência de uma candidatura independente, fora dos partidos", destacou, apontando em direcção de Rui Moreira sem no entanto ter o desassombro de anunciar que lhe destina o voto. A falta de clareza de alguns protagonistas é um dos principais problemas da nossa vida política, como há muito sustento. Incluindo aqueles que, como Rui Rio, tanto gostam de apregoar frontalidade.

De caminho, nesta entrevista, o autarca disparou contra Luís Filipe Menezes, indicado pelo PSD para concorrer à sua sucessão. Nada de admirar, dadas as públicas divergências que ambos mantêm há longos anos. Mas Rio - apresentado pela RTP como "um homem cuja palavra pode ser decisiva para o resultado final" - caiu num lapso: por duas vezes falou como se Menezes tivesse a eleição assegurada. A primeira quando disse isto: "Não posso apoiar, de forma nenhuma, quem vai fazer o contrário daquilo que estive a fazer." A segunda, aqui: "Tenho a obrigação ética de me demarcar muito claramente daquilo que eu sei que vai destruir tudo aquilo que foi feito [pelo Porto]." Tem a certeza de que Menezes vai fazer e vai destruir, doutor Rio? Essa forma verbal indicia que já dá por garantida a vitória do seu rival.

 

E da entrevista conclui-se o quê? Que Rio tenciona abandonar a política, ingressando na actividade privada, porque precisa de "ganhar um pouco mais pois os salários na política, ao contrário do que as pessoas pensam, são muito baixos".

Tem todo o direito de o fazer, como é óbvio. Mas afinal, com o actual autarca a dissolver-se em breve na nossa linha do horizonte, quem poderá protagonizar a regeneração por que tanto ansiamos na política portuguesa?

True Colors - Rui Rio

jfd, 31.07.13

Rui Rio não quis ser oportunista. Nem hipócrita. Apenas foi aquilo que sempre foi. Umbiguista, com pouco sentido partidário e de estado. É um político e não um Político. Essa prerrogativa lhe assiste. Mas ontem mostrou (de novo) as suas verdadeiras cores. Fica para a história julgar. Vergonhoso, digo eu. Houve e continua um bom trabalho no Porto. Merece a cidade ver isso marcado por vinganças pessoais? Por necessidade de preparar o seu pós-executivo? Por se esquecer qual o desígnio do seu mandato, da sua filiação e da sua responsabilidade?

Isto não é uma brincadeira de crianças mas sim um assunto muito sério.

Não creio que os apoiantes de Rui Rio, e principalmente de Portugal, se revejam no triste discurso a que ontem assistimos na RTP.

 

Afinal existe dívida...

Fernando Moreira de Sá, 20.06.13

O CDS do Porto lançou um comunicado por causa das dívidas de Gaia e do Porto. Por vezes, os comunicados são bastante úteis para compreender algumas coisas. Uma das conclusões que resultam dos vários quadros desse comunicado é que o Porto, a Câmara do Porto, está com uma dívida de médio/longo prazo de 101 milhões de euros e Gaia com 156 milhões. 

 

Ora, Gaia tem mais 100 mil habitantes que o Porto e é quatro vezes maior em território. Ou seja, em termos reais, a dívida de médio/longo prazo do Porto é bem mais preocupante. Ou será que estou a fazer mal as contas???

 

Ainda vamos descobrir que a CMP afinal não é assim tão boa de contas como pintam. Vamos aguardar por mais comunicados para perceber melhor...

E pelo Porto...

Diogo Agostinho, 08.05.13

 

Tenho acompanhado a pré-campanha para a Câmara Municipal do Porto. Pelo "picante" de ter mais um candidato de peso, esta disputa eleitoral promete ser bem interessante. 

No entanto, deparei-me hoje com esta fotografia sobre um evento de ontem no Porto. Quando a imagem vale mais do que qualquer palavra, vídeo de apoio ou nome em comissão de honra. 

Por aqui está tudo dito. 

Quem é Paulo Morais???

Fernando Moreira de Sá, 26.04.13

 

No outro dia, um amigo de Lisboa dizia-me que o Paulo Morais é o Pacheco Pereira do PSD Norte. Errado. Por muito que não aprecie o Pacheco Pereira, nada me impede de lhe reconhecer uma enorme cultura geral. 

 

Alguns pensam que ele é jurista. Não, embora quem o ouça falar seja levado a pensar semelhante. É licenciado em Matemática (ramo Matemática Aplicada) e professor universitário (pelo menos na Lusófona). Foi (não sei se ainda é) militante do PSD e foi vice-presidente da Câmara Municipal do Porto com Rui Rio. Quando Rio o descartou da lista, tornou-se presença habitual na comunicação social graças a ter afirmado umas coisas sobre corrupção que, depois de investigadas (aqui entrou a famosa Maria José Morgado), deram em nada. Mais tarde, alegadamente, andou convencido que seria convidado por Passos Coelho (que apoiou) a candidato a deputado pelo Porto ou mesmo cabeça de lista por Viana do Castelo. Não foi. Coincidentemente, poucos meses depois, lançou um ataque forte, bem forte, sobre o Parlamento. Afirmando que a AR era um "centro de corrupção". Recentemente, escolheu como alvo Luís Filipe Menezes. Entende Paulo Morais que LFM deveria ser proibido de fazer campanha eleitoral no Porto, como se pode ler no Público, "Paulo Morais, acusa Menezes de «reincidir na legalidade decretada pelos tribunais ao continuar a fazer campanha eleitoral como candidato do PSD à Câmara do Porto». Uma vez mais, este matemático de formação entra pelo direito como se fosse especialista na matéria.

 

Quando vejo Paulo Morais na televisão ou nos jornais fico com a ideia que não conhece as fábulas de Esopo, em especial a do menino pastor e o lobo. É uma pena. Conhecendo, certamente deixaria de gritar tanto e de evitar cair no ridículo. Mesmo para um matemático aparentado de jurista.

O fim da Feira do Livro do Porto

Fernando Moreira de Sá, 22.04.13

Tenho de concordar com o António Nabais e o seu post sobre a Feira do Livro do Porto.

 

O investimento da CMPorto na Feira do Livro corresponde, segundo o que se pode ler na imprensa, a um montante de 75 mil euros. Por sua vez, o Circuito da Boavista teve um prejuízo, suportado pela mesma CMPorto, de 3 milhões de euros. Este ano, uma vez mais, a CMP decidiu voltar a investir nas corridas e deixou cair o Feira do Livro. Não entendo.

 

Entretanto, no facebook, já foi criada uma página: "Quero a Feira do Livro. Troco pelo Circuito da Boavista".