- Agradeço terem arranjado tempo para nos reunirmos aqui, a estas horas...
- Mas o que se passa? Têm alguma cacha? Há alguma “coisa” que deve ser explorada?
- Sobre isso falamos depois. O que se passa agora é mais grave?
- Grave?
- Sim, grave. Já passou um ano depois das eleições, este governo está a aplicar o que a troika e a Merkel lhe diz, o desemprego aumenta, aumentam os impostos, tiram subsídios de férias e da Natal, e continua tudo na mesma. A cada sondagem continua tudo na mesma...
- Mas...
- É preciso passar ao ataque directo. Isolar um ministro, massacrá-lo, levá-lo a perder a paciência, a abrir flancos...
- Eh pá, isso é mais fácil de dizer do que fazer. Com o Álvaro acabou por não dar resultado.
- Estamos num momento em que não podemos desistir. Há condições objectivas para pôr este governo na rua: a eleição do Hollande, os nossos irmãos que podem ganhar na Grécia, agora é o momento.
- Mas o que propões?
- O Ministro com pior imagem é o Relvas. Arranjem qualquer coisa que o possa atingir, que venha do passado e... olha, arranjem qualquer coisa relacionada com a imprensa. Conseguimos pôr todos a malhar no gajo. O porta-aviões até é capaz de pôr isso na primeira página. E na Assembleia também apertamos com ele.
- Bom, vamos ver o que podemos fazer. Mas lembrem-se que a Directora está a ser apertada. O jornal dá cada vez mais prejuízo, algumas coisas que fizemos deram nas vistas...
- Agora não podemos estar com rodriguinhos. E se dá prejuízo, o rico que pague a crise!