Curtas XXII
A Procuradoria Geral da República viu que a maioria dos jogadores do Benfica não cumprimentou o Presidente? Processos à vista.
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A Procuradoria Geral da República viu que a maioria dos jogadores do Benfica não cumprimentou o Presidente? Processos à vista.
editado por Pedro Correia às 22:47
O país político e a imprensa parecem dominadas pelo vírus da bola.
Todos os dias temos um novo grande tema a debate, uma espécie de discussão se foi fora de jogo ou se o jogador A ou B vai ser transferido ou não. No meio de tudo isto, para surpresa minha, veio o Presidente da República dizer o óbvio: o governo terá de cumprir as decisões do TC; o governo nem a meio do seu mandato chegou; o governo acabou de ver chumbada uma moção de censura. Logo, naturalmente, vai ter de continuar a governar e a procurar resolver os problemas. Em suma, Cavaco Silva, afirmando o óbvio, procura serenar algumas mentes mais dadas a conspirações. A agenda mediática está completamente a leste da realidade.
Eleições??? O que a malta quer é viver, melhor, sobreviver a esta tempestade. Juízo!
O anunciado regresso de Sócrates à vida política só tem um propósito: o Palácio de Belém. Na minha opinião, o ex-PM não se submetia a ser comentador senão tivesse uma ambição muito grande de ser Presidente da República. O timing e a forma são perfeitos, embore eu considere que os portugueses ainda não se esqueceram da porcaria que ele fez. Mas com o tempo......
Às vezes é adequado lembrar o óbvio. Quando pululam os comentários e as intervenções sobre a necessidade de o Presidente da República intervir mais na política nacional, designadamente, nomeando um governo da sua responsabilidade, é importante evocar o passado recente.
Recorde-se o que aconteceu a Alfredo Nobre da Costa em 1978: nomeado Primeiro Ministro em 28 de Agosto, logo cessou funções em 20 de Novembro porque a Assembleia da República não aprovou o respectivo programa de Governo.
Qualquer "governo de iniciativa presidencial" só terá possibilidades de ver o seu programa aprovado no Parlamento e, portanto, de governar, se houver uma maioria de deputados dos partidos que nele têm representação que o votem favoravelmente.
Será que uma maioria dos deputados que constituem hoje o Parlamento estaria disponível para aprovar um programa de Governo, cujo chefe não fosse o líder do partido que mais votos obteve nas últimas eleições legislativas?
Será desta que o político que em Portugal mais tem feito campanha política, de forma regular, rotulada de opinião e ainda por cima remunerado (talk about NOT "reverse campaign financing"), vai finalmente se maçar e se sujeitar ao sufrágio? Mergulhará no Tejo frente a Belém?
Marcelo Rebelo de Sousa obtém a melhor avaliação do painel, com uma média de 3,4. Os inquiridos foram convidados a classificar a capacidade de várias personalidades para ocupar o cargo de Presidente da República, numa escala de 1 a 5. (...) Marcelo é o único a ter um saldo de opinião sobre personalidade positivo: 33,9. (...) Em entrevista ao i em Setembro de 2011, Marcelo Rebelo não fechou a porta a uma candidatura presidencial. “No momento em que, se for esse o caso, eu tiver de ponderar se sou ou não candidato, ponderarei. Escolherei o momento e no momento escolhido decidirei se faz sentido ou não faz sentido.”
Ou da sua confortável posição continuará a opinar fazendo e desfazendo mitos, alegorias e casos em mentes ocas e desprovidas (de auto capacidade) de contraditório?
Algo é certo, a campanha já tem certamente mais de 10 anos...
Depois de Luís de Camões, Aníbal Cavaco Silva. Consta que o dr. Mário Soares já emitiu sonoro protesto contra esta ultrapassagem cénica e de museu. Mas a verdade é só uma: a soma de uma década de chefe do governo com mais uma, ainda em curso, de chefia de Estado. Portugal, visto de fora e em cera, é Aníbal, mesmo sem Barca, mas com muita memória de elefantes. Nem Saramago o destrona, na Espanha da bonecada. Todas as revoluções são sempre pós-revolucionárias.
Imagem picada aqui
editado por Pedro Correia às 23:12
Se de cada vez que uma multidão assobia a um político ele se demitir, estamos feitos: eleições todos os meses.
Não pretendo nem desvalorizar o que o Presidente da República disse nem o que a multidão pretendeu dizer. Este segundo mandato de Cavaco Silva só está a ser difícil por sua causa. Se não quer dizer as coisas de forma simples e clara, é preferível que não diga nada. Não é Mário Soares quem quer.
Porém, daí ao "tumulto" de certa esquerda perante a expressão de descontentamento de uma multidão, vai uma enorme distância.
editado por Pedro Correia a 2/8/12 às 18:19