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Forte Apache

Sem medo de sindicatos. Assim é que é.

jfd, 23.05.13
Holanda reduz até 12% dos funcionários públicos nos próximos cinco anos
(...)
“A dívida do Estado continua a subir e o défice orçamental ainda é demasiado elevado. O governo tem de gastar de acordo com os meios de que dispõe e terá de reduzir a despesa pública para um patamar mais baixo”, explica Stef Blok, o ministro da tutela, em carta enviada ao parlamento holandês, citada pela Reuters.(...)

Ponto final. Parágrafo.

 

Hã?!

jfd, 13.03.12

Um trabalhador da Carris decidiu não acarretar uma decisão da empresa e foi dispensado. Seja ou não esta a história, tenho eu utente, de arcar com as consequências de uma greve de um sindicato inconsequente?

E é assim que é suposto respeitar trabalhadores e as suas lutas?

é que até pode fazer sentido

Rodrigo Saraiva, 31.01.12

o último congresso da CGTP decorreu no centro de congressos de Lisboa, mais conhecido como "antiga FIL", propriedade da AIP. AIP que é parte integrante da CIP. CIP que na semântica "sindicalista comunista" é o braço armado do patronato. Patronato que é a face, sempre na semântica "sindicalista comunista", do grande capital.

 

Ora, houve uma permuta ou a CGTP deu dinheiro ao grande capital?

O homem duplicado

Pedro Correia, 30.01.12

 

Há oito anos, escrevi no Diário de Notícias que Arménio Carlos seria o sucessor de Manuel Carvalho da Silva na CGTP. Lembro-me de que na altura não foi fácil encontrar fotografia do obscuro coordenador da União dos Sindicatos de Lisboa, então totalmente desconhecido da opinião pública. Sabia-se, isso sim, que a cúpula comunista estava irritada com as contínuas fugas à ortodoxia de Carvalho da Silva e pretendia substituí-lo por um homem aparentemente mais duro mas afinal muito mais dócil no cumprimento das directivas partidárias. Por um motivo fácil de explicar: a CGTP é o mais poderoso instrumento de acção estratégica do Partido Comunista, que após ter perdido os seus bastiões operários e autárquicos recuou com a tenacidade de sempre -- um passo atrás, dois passos à frente, recomendava Lenine -- para o seu derradeiro reduto, o do sindicalismo nas áreas da administração pública e das empresas públicas, designadamente na área dos transportes. Quanto mais Estado, tanto mais a CGTP se robustece. E quem diz CGTP diz PCP. Não faz qualquer sentido a actual correlação de forças -- firmada durante os anos do "processo revolucionário" -- na cúpula da central sindical onde os comunistas estão em larga maioria, remetendo independentes, socialistas, católicos e bloquistas para posições minoritárias. Algo sem paralelo na sociedade portuguesa.

Essa foi talvez a cacha mais fácil da minha carreira jornalística, à semelhança de outra -- que escrevi com meses de antecedência -- em que garantia, também no DN, que Jerónimo de Sousa seria o sucessor de Carlos Carvalhas como secretário-geral dos comunistas. Porque não há nada mais previsível do que o ritmo "lento" e "vertical" -- sem qualquer traço revolucionário -- em que ocorre o processo de tomada de decisão no PCP. E se a ascensão de Arménio Carlos acabou por ficar quase uma década no congelador isso deveu-se apenas à fortíssima popularidade de Carvalho da Silva na sociedade portuguesa, alcançada não por causa da sua ligação enquanto militante de base aos comunistas mas apesar dela.

 

Virada a página, reforça-se a ligação orgânica da central ao partido com a promoção a dirigente máximo de um membro (desde 1988) do Comité Central do PCP, vinculado às rígidas normas de disciplina interna impostas pelo "centralismo democrático". Esta subordinação -- que Carvalho da Silva nunca aceitou na integridade -- torna agora mais nítido o controlo comunista da CGTP, onde o direito de tendência é rigorosamente interdito e as "minorias" (largamente maioritárias na sociedade) servem apenas para conferir um vago verniz pluralista a uma organização que o PCP passa a tutelar de forma ainda mais inflexível.

Era isto que eu gostaria de ter visto dissecado e debatido nos dias que precederam a entronização de Arménio Carlos, o homem que se prepara para duplicar sem deslizes o discurso sindical de Jerónimo de Sousa em todos os telejornais, tal como o PEV duplica a retórica comunista na frente parlamentar. Mas isso seria talvez exigir demasiado de um certo jornalismo e de uma certa "opinião" que se esgotam na poeira do instantâneo sem repararem no essencial.

Publicado também aqui

Estalou o verniz!

jfd, 19.01.12

Pois é. Dizem que representam os trabalhadores. Aqueles que têm sido despedidos. Aqueles que têm sofrido. Os precários. 

E ainda aqueles que têm trabalho para a vida. Que sobem na carreira sem parar, mesmo sendo sindicalistas desde o primeiro ano de trabalho. Aqueles que têm regalias que a maior parte dos trabalhadores nem sonha. Aqueles que a seu bel prazer paralisam cidades e prejudicam quem quer trabalhar. Aqueles que querem o que sempre foi, sem olhar ao que agora é.

São assim os nossos sindicatos. Essas instituições da Democracia que tão bem têm evoluído e acompanhado os tempos e que têm crescido. Essas instituições da Democracia que em hindsight têm tanto de positivo a apresentar a quem representam. Fossem cotadas em bolsa estariam nos píncaros das suas cotações com recomendações de compra ou pelo menos de manter.

 

Eis que estala o verniz entre as duas mais altas e altruístas representações destes pináculos democráticos da nação.

E que bonito é ver que é sempre e sempre será tudo sobre os trabalhadores e nada, nunca, sobre quem as encabeça. Doce democracia!

 

 

(...) A central sindical liderada por Carvalho da Silva vai mesmo avançar com um processo-crime contra o secretário-geral da UGT, alegando que as declarações de João Proença - a denunciar ter sido pressionado por altos quadros da CGTP para assinar o acordo de concertação social - são "injuriosas e difamatórias" (...)

 

Parafraseando um caro amigo ontem nas redes Sociais, uns são pela concertação social, outros pela contestação...

TAP 2

jfd, 15.12.11

No seguimento deste meu post, o que se seguiu nos dias seguintes foi interessante.

Fernando Pinto fez o seguinte comunicado:

Extremamente sóbrio e correcto a meu ver.
Perto da greve soubemos que a mesma tinha sido desconvocada pelos senhores pilotos. Sem antes a TAP ter perdido cerca de 10 milhões de euros. Foi o preço da birra.
No comentário seguinte, o sempre altivo Miguel Sousa Tavares exigiu saber no que teria cedido o Governo para que aqueles tivessem recuado na contestação, pois na sua compreensão nenhum outro cenário se lhe proporcionaria.
Ora ontem, preto no branco, o jornal i, relata que o Governo de facto encostou o sindicato dos pilotos à parede. Não conseguiu evitar o pré-aviso, mas evitou a greve o que foi uma grande vitória. Fica esclarecido MST e também ficam os Portugueses de que claramente a este Governo interessam os desígnios nacionais e não os de corporativismos infantis e inconsequentes.
Agora o comunicado do sindicato terá várias leituras, mas tenho para mim que apenas salvaram a face. Esperemos que também o segundo período de greve seja desconvocado o quanto antes pois não há espaço nem lugar na sociedade do agora para este tipo de reivindicações sem sentido.
Afinal de contas, os senhores descontentes poderiam ter recentemente seguido os seus colegas mais sanguinários rumo ao Médio-Oriente. Parece que o dinheiro fala horrores por aqueles lados.