Sem medo de sindicatos. Assim é que é.
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Dirigentes sindicais custam 9 milhões
O número de professores destacados nos sindicatos é actualmente de 281,
dos quais 125 exercem actividade sindical a tempo inteiro e por isso não dão aulas
editado por Pedro Correia às 18:18
Um trabalhador da Carris decidiu não acarretar uma decisão da empresa e foi dispensado. Seja ou não esta a história, tenho eu utente, de arcar com as consequências de uma greve de um sindicato inconsequente?
E é assim que é suposto respeitar trabalhadores e as suas lutas?
editado por Pedro Correia às 23:03
o último congresso da CGTP decorreu no centro de congressos de Lisboa, mais conhecido como "antiga FIL", propriedade da AIP. AIP que é parte integrante da CIP. CIP que na semântica "sindicalista comunista" é o braço armado do patronato. Patronato que é a face, sempre na semântica "sindicalista comunista", do grande capital.
Ora, houve uma permuta ou a CGTP deu dinheiro ao grande capital?
editado por Pedro Correia às 19:42
Há oito anos, escrevi no Diário de Notícias que Arménio Carlos seria o sucessor de Manuel Carvalho da Silva na CGTP. Lembro-me de que na altura não foi fácil encontrar fotografia do obscuro coordenador da União dos Sindicatos de Lisboa, então totalmente desconhecido da opinião pública. Sabia-se, isso sim, que a cúpula comunista estava irritada com as contínuas fugas à ortodoxia de Carvalho da Silva e pretendia substituí-lo por um homem aparentemente mais duro mas afinal muito mais dócil no cumprimento das directivas partidárias. Por um motivo fácil de explicar: a CGTP é o mais poderoso instrumento de acção estratégica do Partido Comunista, que após ter perdido os seus bastiões operários e autárquicos recuou com a tenacidade de sempre -- um passo atrás, dois passos à frente, recomendava Lenine -- para o seu derradeiro reduto, o do sindicalismo nas áreas da administração pública e das empresas públicas, designadamente na área dos transportes. Quanto mais Estado, tanto mais a CGTP se robustece. E quem diz CGTP diz PCP. Não faz qualquer sentido a actual correlação de forças -- firmada durante os anos do "processo revolucionário" -- na cúpula da central sindical onde os comunistas estão em larga maioria, remetendo independentes, socialistas, católicos e bloquistas para posições minoritárias. Algo sem paralelo na sociedade portuguesa.
Essa foi talvez a cacha mais fácil da minha carreira jornalística, à semelhança de outra -- que escrevi com meses de antecedência -- em que garantia, também no DN, que Jerónimo de Sousa seria o sucessor de Carlos Carvalhas como secretário-geral dos comunistas. Porque não há nada mais previsível do que o ritmo "lento" e "vertical" -- sem qualquer traço revolucionário -- em que ocorre o processo de tomada de decisão no PCP. E se a ascensão de Arménio Carlos acabou por ficar quase uma década no congelador isso deveu-se apenas à fortíssima popularidade de Carvalho da Silva na sociedade portuguesa, alcançada não por causa da sua ligação enquanto militante de base aos comunistas mas apesar dela.
Virada a página, reforça-se a ligação orgânica da central ao partido com a promoção a dirigente máximo de um membro (desde 1988) do Comité Central do PCP, vinculado às rígidas normas de disciplina interna impostas pelo "centralismo democrático". Esta subordinação -- que Carvalho da Silva nunca aceitou na integridade -- torna agora mais nítido o controlo comunista da CGTP, onde o direito de tendência é rigorosamente interdito e as "minorias" (largamente maioritárias na sociedade) servem apenas para conferir um vago verniz pluralista a uma organização que o PCP passa a tutelar de forma ainda mais inflexível.
Era isto que eu gostaria de ter visto dissecado e debatido nos dias que precederam a entronização de Arménio Carlos, o homem que se prepara para duplicar sem deslizes o discurso sindical de Jerónimo de Sousa em todos os telejornais, tal como o PEV duplica a retórica comunista na frente parlamentar. Mas isso seria talvez exigir demasiado de um certo jornalismo e de uma certa "opinião" que se esgotam na poeira do instantâneo sem repararem no essencial.
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Pois é. Dizem que representam os trabalhadores. Aqueles que têm sido despedidos. Aqueles que têm sofrido. Os precários.
E ainda aqueles que têm trabalho para a vida. Que sobem na carreira sem parar, mesmo sendo sindicalistas desde o primeiro ano de trabalho. Aqueles que têm regalias que a maior parte dos trabalhadores nem sonha. Aqueles que a seu bel prazer paralisam cidades e prejudicam quem quer trabalhar. Aqueles que querem o que sempre foi, sem olhar ao que agora é.
São assim os nossos sindicatos. Essas instituições da Democracia que tão bem têm evoluído e acompanhado os tempos e que têm crescido. Essas instituições da Democracia que em hindsight têm tanto de positivo a apresentar a quem representam. Fossem cotadas em bolsa estariam nos píncaros das suas cotações com recomendações de compra ou pelo menos de manter.
Eis que estala o verniz entre as duas mais altas e altruístas representações destes pináculos democráticos da nação.
E que bonito é ver que é sempre e sempre será tudo sobre os trabalhadores e nada, nunca, sobre quem as encabeça. Doce democracia!
(...) A central sindical liderada por Carvalho da Silva vai mesmo avançar com um processo-crime contra o secretário-geral da UGT, alegando que as declarações de João Proença - a denunciar ter sido pressionado por altos quadros da CGTP para assinar o acordo de concertação social - são "injuriosas e difamatórias" (...)
Parafraseando um caro amigo ontem nas redes Sociais, uns são pela concertação social, outros pela contestação...
editado por Pedro Correia a 20/1/12 às 00:03
No seguimento deste meu post, o que se seguiu nos dias seguintes foi interessante.
Fernando Pinto fez o seguinte comunicado:
editado por Pedro Correia a 7/6/12 às 13:51
Trabalho numa grande empresa nacional.
Por dia estou em dois ou três sites da mesma.
Estou farto, cansado e estafado de me desviar de panfletos e activistas que nas portas fazem o favor de se colocar no meu caminho para me vender a greve. Pela entrada e aquando da saída. Ao almoço e na pausa do cigarro.
Oh gente persistente.
IRRA!