O arroz de polvo
Maravilhas e maravalhas da Ciência, sou todo a favor.
Mas com milhões a girar no mundo da investigação, das notícias e das agendas de interesses privados travestidos de interesses públicos, convém ter presente que a chancela pseudocientífica cobre uma quantidade prodigiosa de patetices. Elas, as patetices, ganham foros de verdade científica quando, simultâneamente: i) Garantam um fluxo constante de fundos públicos e/ou privados para certas linhas de investigação (aquecimento global, p. ex.); ii) Despertem clientelas profissionais de produtores de coisas novas (energias renováveis, p. ex.); iii) Correspondam a preconceitos ideológicos fundados em convicções políticas ou religiosas, ou simplesmente alternativas, para "lutar" contra o capitalismo, ou as assimetrias Norte/Sul, ou qualquer outra coisa que permita arregimentar pessoas debaixo de bandeiras de causas "nobres" (agências para transferir recursos de uns países para outros, sob a forma de subsídios, p. ex.); iv) Permitam a venda de uma quantidade de papel, porque as causas vendem jornais e notícias; e v) Reforcem os poderes de intervenção dos Governos e limitem a liberdade dos agentes económicos, incluindo contribuintes.
Tudo isto existe, tudo isto é mais ou menos alegre, e tudo isto é fado. Mas veganismo, fáxavor: não há paciência - deixem o meu arroz de polvo em paz. E é disso que os autores da Declaração estão a falar - de arroz de polvo. Nas palavras deles:
"For millennia, humans have held onto their hubris regarding the belief in human superiority. Perhaps The Cambridge Declaration of Consciousness will inspire a different attitude and further research into the minds of all non-human creatures. Starting with animal rights through to veganism, changing the minds of those who believe humans are 'top dog' will be a challenge."