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Forte Apache

Álvaro Santos Pereira e o elogio póstumo dos portugueses

Carlos Faria, 25.07.13

Desde o início das suas funções de Ministro da Economia que muitos se aproveitaram do seu estilo diferente para o achincalhar e até alguns dos seus críticos abstratamente defendiam o seu modo de ser político: não influênciável, humilde, independente, simpático e com formação reconhecida.

Certo que era evidente que em parte se desabituara ao discurso político que se faz em Portugal, mas bastou ser substituído e imediatamente foi tratado como vítima, reconhecido o seu trabalho e até elogiado por alguns dos seus detratores...

Só tenho pena de me ter sentido tão só quando o defendia no tempo em que ele ainda era ministro e percebia a sua linguagem, deve ser da minha naturalidade Canadiana, mas nunca preferi os elogios póstumos a quem os merecia receber no seu tempo...

Mas é assim Portugal...

 

Desacordo... maus tempos se perspetivam no horizonte

Carlos Faria, 19.07.13

Não vou culpar o partido A ou B, nem o Presidente da República, nem o passado. O problema financeiro e económico que Portugal enfreta hoje, independentemente de quem nos colocou aqui, deveria ser resolvido pelos políticos de hoje, tivessem ou não cometido erros no passado.

Infelizmente tenho uma elevada certeza de que do desacordo hoje anunciado entre as partes envolvidas na busca de uma solução consensual para enfrentar a nossa quase bancarrota só vem piorar a situação atual de Portugal e vai ser sobre o Povo que cairão os espinhos e os azedumes que deste desentendimento irão resultar.

Tenho quase a certeza que vamos a caminho da Grécia e que ninguém nos dará a mão para nos aliviar do fardo de um novo resgate ou bancarrota e alguns dos que hoje se regozijam, mais tarde também se lamentarão. Temo pela qualidade de vida das próximas gerações que nem gozou e aproveitou o passado  nas condições de juventude e de grande parte da vida adulta da minha geração, nem terá acesso aos direitos adquiridos de alguns.

Oxalá esteja enganado... mas prevejo tempos bem piores para os Portugueses.

o busilis da solução de Cavaco Silva

Carlos Faria, 11.07.13

A utopia dá-nos muitas vezes força para caminhar, mas a maioria das vezes leva à desilusão quando sentimos que os pés se cansam para uma meta inalcançável.

Cavaco pôs em primeiro lugar a necessidade de ética política para salvar a Nação de uma forma sustentável a longo-prazo: em resumo, considerou imprescindível que os líderes dos partidos nacionais que dizem acreditar no sistema democrático ocidental, integrado na União Europeia e com as condicionantes do atual sistema de economia globalizada devem colocar os interesses fundamentais para a sobrevivência do futuro de Portugal acima dos interesses pessoais e de grupo que presidem e para acabarem com os jogos tendentes a meras vitórias passageiras de fação que prejudicam o que é essencial no País.

No campo dos princípios estou de acordo com a ideia de Cavaco Silva, o primeiro problema é se for impossível reunir um número mínimo de líderes nacionais de partidos chamados à ordem que coloquem de facto em primeiro lugar o interesse de Portugal.

O segundo é que na impossibilidade de resolução pela via dos líderes partidários, eu não vejo como os mesmos viabilizarão em seguida uma solução presidencial que coloque os interesses de Portugal acima dos das fações que eles defendem.

 

Crise Governativa: Quando o parceiro deixa passar o momento certo

Carlos Faria, 02.07.13

Confesso que após décadas a acompanhar a política nacional nunca assisti a um espetáculo de crise governativa tão degradante quanto ao que hoje se assisti.

Compreendo que numa coligação existam negociações na repartição de ministérios e cargos de ministros, até admito descontentamentos a determinados nomes de uma das partes face a outra e se ao Primeiro-ministro cabe a prerrogativa de aprovar o nome final, ao parceiro cabe o direito de assumir atempadamente veto na negociação.

Agora não compreendo que um descontentamento sem ameaça de veto ou de demissão durante a negociação se torne depois do nome ser tornado público e de ser constituído o gabinete pluripartidário do novo ministro, o parceiro apresente uma carta de demissão no dia seguinte publicamente.

Quando há um casamento, o representante legal ou da religião questiona na hora de se dar o nó se alguém conhece algum impedimento para o contrato que se vai celebrar, implícito que se não for nesse momento, quem se calou deve continuar calado se não surgir nada de novo. Hoje assisti a alguém desrespeitar todos os princípios de confiança numa negociação, rompendo depois de ter sido publicamente assumido o nó…

Na política não pode valer tudo...

Previsão do Expresso mais forte que a verdade dos factos

Carlos Faria, 01.07.13

Nada tenho contra OCS cuja linha editorial seja ideologicamente assumida, desde que não alterem números e factos reais para deturpar a verdade, é uma forma de transparência maior que títulos tendenciosos de alguns meios de comunicação ditos de referência e cujos seus jornalistas se apresentam como isentos.

Já sei que o tratamento de dados estatíticos pode ser tendencioso, mas sobrepôr aos dados oficiais de uma entidade supranacional, não dependente do governo e sem cariz ideológico, as previsões dos jornalistas ou as respetivas perspetivas como aconteceu hoje no Expresso não é um bom exemplo de ética jornalística.

 

Eis um bom exemplo de como um jornal faz um título com isenção relativo aos os mesmos dados, como veem não é difícil perceber a diferença.

Porque não fiz greve...

Carlos Faria, 27.06.13

Compreendo a irritação de quem adere a esta greve, solidarizo-me com aqueles que votaram na reforma do Estado para pôr fim ao aumento continuado dos impostos e na não desvalorização do trabalho e agora veem que tal não veio a acontecer. Mas tenho de reconhecer que estes motivos, que são a razão do meu principal descontentamento, só seriam compensados mediante propostas alternativas credíveis sustentáveis que me justificassem lutar por elas, se estas não estão em cima da mesa, aderir a uma greve apenas para protestar e sem ser por nenhuma solução em vista para mim é pouco.

Se não resolve a sério o que gostaria que ficasse resolvido: a sustentabilidade económica de Portugal feita de um modo minimamente justo…; não contem comigo!

Ética: Estudantes que prejudicam estudantes

Carlos Faria, 18.06.13

Na greve de professores, como em quase todas as greves, houve pessoas inocentes prejudicadas, neste caso estudantes. A injustiça não é ter havido alunos que não foram prejudicados, mas sim ter havido alguns prejudicados, mas não é ético que estes últimos prejudiquem colegas e ajam contra os primeiros.

Falta ética em muitos na classe política, é verdade infelizmente... tal como cada vez há menos ética nesta sociedade e eu por norma digo que os políticos em democracia são um espelho do seu povo. Insisto, jovens que prejudicam colegas também não agem com ética, mesmo assim, se vi quem agiu deste modo justificar-se nos OCS, não vi críticas a tal comportamento e isto espelha a nossa sociedade.

Este jovens são uma imagem do que será o futuro de Portugal: um País cada vez com menos ética, onde até a indignação e outros comportamentos serão feitos acriticamente sem ética, quiçá impunemente... depois não se admirem de monstruosidades que venham a surgir numa sociedade assim.

Dilma Rousseff, que faz a Presidente por Portugal?

Carlos Faria, 10.06.13

Por vezes olho à minha volta e sinto-me que remo contra a maré, este artigo talvez seja um deles.

Efetivamente nada tenho contra Dilma Rousseff, lembro-me que no passado se falava da necessidade de comprar dívida de Portugal para salvar o nosso Estado, parece que a Presidente do Brasil se escudou então na impossibilidade constitucional daquele País para implementar tal feito em favor dos lusitanos e não ouvi que tivesse movido qualquer cordelinho para alterar tal situação.

Após isso, tenho ouvido pontualmente algumas declarações de amizade da Presidente do Brasil em relação a Portugal, mas sobre passos concretos e efetivos na realidade não me recordo de ter dado algum.

Na atual visita mantiveram-se as cordiais saudações, cumprimentos e declarações de amizade, mas mesmo lendo este artigo nada de concreto ficou efetivamente feito para ajudar Portugal.

Mantenho a minha opinião: relativamente a Portugal Dilma Rousseff  parece um bluff, faz política diplomática para defender o seu Brasil, fala de nós com carinho, mas estender a mão é coisa que não parece fazer. Só o facto de ser de esquerda, falar contra a troika e haver outros interesses empresariais nacionais lhe permite dizer coisas ocas inconsequentes e não haver discursos críticos contra ela a partir das forças políticas lusitanas. Com amigos destes penso que nunca nos levantaríamos, uma videira só com parra e nenhuma uva para Portugal… Estarei errado?

PS como adversário ao crescimento económico

Carlos Faria, 24.05.13

O Governo de Passos Coelho não tem sido fértil em medidas de crescimento económico, aspeto que foi aproveitado pelo PS de Seguro para usar a bandeira do crescimento como estratégia política.

Infelizmente, Seguro parece usar esta bandeira apenas como objetivo eleitoral, pois logo que surge uma medida vinda do Governo para apoio à economia, o imediato comportamento do PS é desvalorizar o impacte dessa medida, como acontece mais uma vez com os benefícios fiscais ao investimento em Portugal anunciados ontem.

Se a injeção de dinheiro nos consumidores pode ser uma ferramenta para o crescimento, pelo que a austeridade tem efeitos recessivos, (diferente do Estado ter mesmo de cortar nas despesas apesar de os socialistas não querem falar disto) a esperança não é uma ferramenta menor, mas já se percebeu que se for necessáriao confiança dos investidores, credores e consumidores em Portugal nada pior que este PS, logo que surge uma medida ou um indicador positivo este só pensa em destruir os seus potenciais efeitos na economia sem se preocupar com o crescimento.

O PS age neste domínio contra o crescimento económico, esquecendo-se que em primeiro lugar deve estar o País e não a estratégia eleitoral do líder da oposição e nisto Passos Coelho já deu provas que é muito mais estadista que José Seguro.

23 de abril: Dia Mundial do Livro 2013

Carlos Faria, 23.04.13

 

Desde o Dia Mundial do Livro de 2012, até este de 2013, várias dezenas de livros de diversos géneros foram lidos por mim, não vou listar os melhores da cada tipo, mas para dar a conhecer o que é nosso, ao nível de literatura nacional atual, no género de ficção, ou não tanto assim, num texto onde a ironia, a poesia e a prosa dão as mãos com a imaginação e abraçam alguns factos históricos, destaco "A Boneca de Kokoschka", de Afonso Cruz.

Pequeno, de fácil leitura, com bom humor e frases para reflexão num livro a não perder. O Prémio Europeu pode ser importante para a promoção da obra, mas foi merecido pelas características do livro.